Este ano, a festa será novamente organizada porMarquinhos Mineiro e
Leonardo Cardoso, que assim como seus pais (Luis Mineiro e AntonioLuis Cardoso
– in-memorian) valorizam a cultura e a história dos vaqueiros. A programação
esse ano terá um café da manhã as 7:30 h na casa de Marquinho Mineiro, missa em
Ação de Graças, na igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro, ás 9 h, em
seguida um almoço para os vaqueiros na
quinta do Senhor Valdecir Evangelista na Rua Quintino Bocaíuva por trás da casa
paroquial e ás 16 h a tradicional passeata saindo do pátio da igreja
matriz que irá percorre as principais ruas da cidade.
A Festa do Vaqueiro castelense é uma solenidade que
por aqui esteve presente desde os anos da provinciana cidade, tinha como
objetivo homenagear aquele que carrega no gibão, na perneira e no gogó a
responsabilidade de tocar a boiada e zelosamente honrar as responsabilidades a
ele delegadas. E a este importante profissional que arduamente enfrenta a vida
no calor do sol do sertão temos o prazer de rever as pompas das justas
referências que neste ano voltam com toda a força do autêntico sertanejo.
Baseado em relatos de pessoas que conviveram ativamente no movimento e também nos bastidores por volta dos anos 70 estava surgindo o que mais tarde se tornaria na grande bandeira em honra ao trabalhador forte e comum que não se intimida com as barreiras impostas pela vida.
Baseado em relatos de pessoas que conviveram ativamente no movimento e também nos bastidores por volta dos anos 70 estava surgindo o que mais tarde se tornaria na grande bandeira em honra ao trabalhador forte e comum que não se intimida com as barreiras impostas pela vida.
Além do casal Silva Costa e de Dona Zezinha, nomes de grande importância como Antonio Luís Cardoso de Vasconcelos, Manoel Furtado de Moraes, Antonio Andrade que jamais largaram a tradição de mão todos os anos no dia 24 de Dezembro partiam junto aos demais membros do grupo em procissão que percorria diversos locais de Castelo encantando a um grande público, e a muitos que se identificavam com o homem rústico e trabalhador, o sucesso era tanto que ao longo de toda uma época diversos nomes contribuíram para bom andamento de tão sublime momento:
Marquinhos Mineiro, Sr. Luiz Caboclo, Maria das Dores Almeida (Dodora), Edilson Monteiro, Profª Conceição de Maria Sousa (Concita), Luiz Mineiro, Sr. José Rocha Cardoso (Zé Donana),Profº Mineiro, Sr. Cidoca Mineiro, Chico Penaforte
Toinho Virgílio,Waldivino, Zé Garcia ePituca.
Mas sem dúvida alguma, dentre esses inúmeros homens fortes, uma mulher, destemida e dedicada que com um passado feito de muitas lutas fez a diferença neste tão importante evento tornando-se anos mais tarde a âncora desta festa, seu nome: Virgilina Dias Visgueira. Dona Virgilina como é conhecida coordenou a Festa dos Vaqueiros por aproximadamente 15 anos, sempre com total autonomia continuando este tão importante trabalho que tanto caracteriza a cultura popular. “Da mesma forma que Noé lutou com o barco eu lutei com a festa dos vaqueiros, e consegui”. “Era um ano de trabalho, um ano de luta, terminava uma e eu me preparava para a outra”. Afirma Dona Virgilina relembrando aqueles saudosos anos, e é por causa de toda essa luta que se transformava em alegria e fortalecimento cultural que podemos hoje dizer com orgulho: A tradição não morre assim! Oito anos depois da última festa vemos com essa volta que fomos e somos capazes de fazer valer nossos ideais, mesmo quando lamentavelmente muitas dos pioneiros deste movimento não podem ou não mais estão entre nós. O apego às tradições o dever passado de pais para filhos seguirem a risca os costumes é fundamental na formação de um ser humano provocando assim o procedimento da cultura. E é no dia 24 de dezembro que essa gente tão sofrida, lutadora, corajosa e ao mesmo tempo tão desvalorizada vê seus ideais representados no gibão, na perneira e no cavalo.
Edição: Jurandir Viana e Leonardo Cardoso
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