Tradição é Tradição ! Festa dos Vaqueiros estar confirmada para os Festejos de 2013 de Castelo



Este ano, a festa será novamente organizada porMarquinhos Mineiro e Leonardo Cardoso, que assim como seus pais (Luis Mineiro e AntonioLuis Cardoso – in-memorian) valorizam a cultura e a história dos vaqueiros. A programação esse ano terá um café da manhã as 7:30 h na casa de Marquinho Mineiro, missa em Ação de Graças, na igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro, ás 9 h, em seguida  um almoço para os vaqueiros na quinta do Senhor Valdecir Evangelista na Rua Quintino Bocaíuva por trás da casa paroquial e ás 16 h a tradicional passeata saindo do pátio da igreja matriz  que irá percorre  as principais ruas da cidade.
 
 

A Festa do Vaqueiro castelense é uma solenidade que por aqui esteve presente desde os anos da provinciana cidade, tinha como objetivo homenagear aquele que carrega no gibão, na perneira e no gogó a responsabilidade de tocar a boiada e zelosamente honrar as responsabilidades a ele delegadas. E a este importante profissional que arduamente enfrenta a vida no calor do sol do sertão temos o prazer de rever as pompas das justas referências que neste ano voltam com toda a força do autêntico sertanejo.

Baseado em relatos de pessoas que conviveram ativamente no movimento e também nos bastidores por volta dos anos 70 estava surgindo o que mais tarde se tornaria na grande bandeira em honra ao trabalhador forte e comum que não se intimida com as barreiras impostas pela vida.

 
Sem dúvida alguma falar em Festa dos Vaqueiros é falar também naqueles que durante esses gloriosos anos vestiram com orgulho o gibão honrando as raízes da terra, estamos falando de gente que organizou, desfilou e coordenou este tão importante evento. A começar pelos registros deixados por Agostinho da Costa Neto e Maria de Lourdes Silva Costa, neste início de muitas lutas, vemos aí um casal orgulhosamente preocupado e empenhado que faziam de todas as maneiras junto com os amigos como Maria José Cardoso e Vasconcelos (D. Zezinha) a fórmula de mestre para que seus ideais fossem transportados para a realidade, parece que foi ontem que se avistava no baixo da ladeira da Rua Siqueira Campos a procissão que saia do Adro da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro grande concentração dos vaqueiros que ia direto a porta da família Silva Costa, anos difíceis, porém produtivos, pois, a determinação e vontade de fazer superavam grande parte dos obstáculos ali impostos.

Além do casal Silva Costa e de Dona Zezinha, nomes de grande importância como Antonio Luís Cardoso de Vasconcelos, Manoel Furtado de Moraes, Antonio Andrade que jamais largaram a tradição de mão todos os anos no dia 24 de Dezembro partiam junto aos demais membros do grupo em procissão que percorria diversos locais de Castelo encantando a um grande público, e a muitos que se identificavam com o homem rústico e trabalhador, o sucesso era tanto que ao longo de toda uma época diversos nomes contribuíram para bom andamento de tão sublime momento:

Marquinhos Mineiro, Sr. Luiz Caboclo, Maria das Dores Almeida (Dodora), Edilson Monteiro, Profª Conceição de Maria Sousa (Concita), Luiz Mineiro, Sr. José Rocha Cardoso (Zé Donana),Profº Mineiro, Sr. Cidoca Mineiro, Chico Penaforte
Toinho Virgílio,Waldivino, Zé Garcia ePituca.

Mas sem dúvida alguma, dentre esses inúmeros homens fortes, uma mulher, destemida e dedicada que com um passado feito de muitas lutas fez a diferença neste tão importante evento tornando-se anos mais tarde a âncora desta festa, seu nome: Virgilina Dias Visgueira. Dona Virgilina como é conhecida coordenou a Festa dos Vaqueiros por aproximadamente 15 anos, sempre com total autonomia continuando este tão importante trabalho que tanto caracteriza a cultura popular. “Da mesma forma que Noé lutou com o barco eu lutei com a festa dos vaqueiros, e consegui”. “Era um ano de trabalho, um ano de luta, terminava uma e eu me preparava para a outra”. Afirma Dona Virgilina relembrando aqueles saudosos anos, e é por causa de toda essa luta que se transformava em alegria e fortalecimento cultural que podemos hoje dizer com orgulho: A tradição não morre assim! Oito anos depois da última festa vemos com essa volta que fomos e somos capazes de fazer valer nossos ideais, mesmo quando lamentavelmente muitas dos pioneiros deste movimento não podem ou não mais estão entre nós. O apego às tradições o dever passado de pais para filhos seguirem a risca os costumes é fundamental na formação de um ser humano provocando assim o procedimento da cultura. E é no dia 24 de dezembro que essa gente tão sofrida, lutadora, corajosa e ao mesmo tempo tão desvalorizada vê seus ideais representados no gibão, na perneira e no cavalo.

Edição: Jurandir Viana e Leonardo Cardoso
Fotos: Igo Rafael e Ronniel Soares 

Comentários